Fase - 03: SR-MPLS na prática: explorando Segment Routing em laboratório Nokia.
O objetivo desta fase III é demonstrar a sinergia entre a escalabilidade do plano de controle e a otimização do plano de dados, ao qual abordo os serviços em VPRN(L3VPN) no Nokia .
O ambiente de laboratório centrado na plataforma Nokia 7750 SR-1, tem evoluído para enfrentar estes desafios culminando na Fase III, que propõe a convergência entre uma camada de serviço avançada e uma infraestrutura de transporte eficiente: O Segment Routing (SR-MPLS).
A alta escalabilidade começa na estabilidade e capacidade de expansão do plano de controle. Para o VPRN que utiliza o BGP para distribuir as rotas privadas do cliente, a gestão eficiente do número crescente de peers (neighbors) é crucial ficar atento à:
Centralização de Roteamento com Route Reflectors (RR): A arquitetura elimina a complexidade do full-mesh (malha completa) iBGP ao implementar Route Reflectors. Esta técnica resolve o problema de escalabilidade ao concentrar o compartilhamento de rotas, onde os PEs (Provider Edges) se conectam apenas ao RR, que propaga as informações de roteamento. Isso assegura que a rede possa crescer sem um aumento exponencial na complexidade de gerenciamento ou sobrecarga de processamento nos roteadores.
A estratégia de utilizar o MPLS como mecanismo de transporte sobre o backbone puramente IPv4, juntamente com o BGP (Border Gateway Protocol) para o controle, emerge como uma solução elegante e robusta. Essa abordagem, muitas vezes referenciada como 6VPE (IPv6 VPN over MPLS), permite que os serviços de Camada 3 (L3VPN) em IPv6 sejam oferecidos aos clientes de forma segregada e eficiente. A seguir, detalho como essa facilidade de uso do IPv6 é alcançada:
Label para IPv6: A expansão da rede para suportar nativamente L3VPN-IPv6 (VPN IPv6) reflete uma preparação para o futuro do endereçamento global. A implementação no Nokia 7750 SR-1 demonstra a capacidade de utilizar o BGP para anexar um label (rótulo) de MPLS diretamente às rotas IPv6. Esta metodologia simplifica a arquitetura de rede ao eliminar a necessidade do OSPFv3 para o roteamento IPv6 no core, mantendo o BGP como protocolo unificado para IPv4 e IPv6.
Na Fase II, o foco da abordagem foi o 6PE (IPv6 Provider Edge), um mecanismo que demonstrou as facilidades para a inclusão gradual do IPv6 sobre a infraestrutura existente do backbone MPLS/IPv4. O detalhamento completo da solução e a sua relação com o SR-MPLS podem ser encontrados no link >>> SR-MPLS_6PE.
O Segment Routing simplifica o plano de dados do MPLS ao utilizar uma lista de "Segment Identifiers" (SIDs) inseridos no cabeçalho do pacote. Este mecanismo traz benefícios diretos à performance do VPRN como:
Eficiência de Encaminhamento: Diferentemente dos protocolos de sinalização tradicionais, o SR-MPLS utiliza SIDs distribuídos pelo IGP. Isso reduz o overhead de protocolo e acelera a comutação, permitindo que o tráfego de VPRN (VpnIPv4 e VpnIPv6) trafegue pelo caminho pré-calculado com mínima latência.
Resiliência Instantânea (Fast Reroute): O SR-MPLS possui mecanismos robustos que pré-computam rotas de desvio sem loop (como TI-LFA). Em caso de falha de link ou nó, o tráfego VPRN é automaticamente redirecionado.
Visão Unificada: O SR-MPLS age como o túnel de transporte que carrega o pacote com o label de serviço (VPRN). A Fase de Otimização valida que as rotas dual-stack distribuídas pelo RR sejam mapeadas perfeitamente para caminhos SR-MPLS otimizados, unindo a escalabilidade do serviço com a robustez do transporte.
Conclusão:
Com a integridade e robustez da arquitetura unificada, verificamos a conectividade end-to-end com 100% de eficácia operando sob o rigoroso isolamento lógico imposto pelas tabelas de roteamento privadas (VRFs). Esta performance estável, aliada à escalabilidade do plano de controle fornecida pelos Route Reflectors e à resiliência do transporte pelo SR-MPLS, confirma que a rede está preparada para suportar a expansão contínua com previsibilidade.